Sítio paleontológico de Campina Verde passa por novas escavações

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Descoberto por acaso em 2009, o Campinasuchus dinizi, mais conhecido como crocodilo de Campina Verde, é uma espécie que habitava a Região do Triângulo Mineiro. Seus primeiros fósseis foram descobertos na fazenda Três Antas, localizada no município de Campina Verde a cerca de 12 km do distrito de Honorópolis. As escavações estavam paralisadas desde 2014, e agora com um novo projeto da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), possibilitou o retorno de uma equipe da Unidade de Peirópolis ao sítio paleontológico para novas escavações.

Desde o último dia 16, professores e pesquisadores estiveram no local a procura de novos fósseis. Nesta última sexta-feira, nossa equipe esteve visitando os trabalhos dos pesquisadores, e na oportunidade conversamos com o professor de paleontologia Thiago da Silva, que é um dos responsáveis pelas escavações, ele nus traz mais detalhes dos novos achados “nós passamos 05 dias aqui escavando no sítio Três Antas, onde nós encontramos mais fosseis do Campinasuchus dinizi, que é o nosso crocodilo aqui de Campina Verde, a idéia é ter material cada vez melhor para os estudos, e hoje o que a gente busca fazer é compreender melhor o que esses animais viveram e morreram na região, e também como eles interagiam com o resto da fauna e da flora daqui, e todo material recolhido aqui vai ficar depositado em nossa coleção em Peirópolis, vai agregar nosso acervo de mais ou menos 1500 fósseis, sendo que aqui de Campina Verde a gente já tem mais ou menos uns 25 fósseis do Campinasuchus, sendo um dos crocodilos do Brasil mais bem conhecido como fóssil” garantiu Thiago.

Foto: Ascom Campina Verde
Foto: Ascom Campina Verde

O prefeito Fradique Gurita também esteve visitando o local das escavações e garantiu total apoio da prefeitura para o trabalho dos pesquisadores “as vezes as pessoas não sabem a importância da riqueza desse local, aqui são fósseis com mais de 90 milhões de anos, isso para Campina Verde é extraordinário, você estudar o passado, viver o presente e projetar o futuro, e vamos estar junto da universidade, dos profissionais da área, do instituto histórico e cultural de Campina Verde para continuar com os trabalhos. Estamos com um projeto grande, criar o centro e o museu aqui no Distrito de Honorópolis, e hoje estamos iniciando esse projeto, fico feliz em poder participar e vamos ser parceiros no resgate dessa história da nossa região” ressaltou o prefeito Fradique.

Também marcaram presença na visita ao sítio paleontológico a Secretária de Cultura Mariana Rezende, os representantes do legislativo vereador Marcos Roberto e o vereador do distrito de Honorópolis João Batista (Batista). De acordo com o professor Thiago da Silva os trabalhos devem ser retomados assim que um novo projeto for aprovado pela universidade “a nossa vontade é retornar sempre, o mais rápido possível, mais agora a gente depende de fazer novos projetos e alavancar novos recursos para que possamos vir com a nossa equipe aqui durante mais uma semana ou até duas semanas” finalizou o professor.

O crocodilo encontrado em Campina Verde é o menor entre seus parentes daquela época já descobertos no Brasil. Ele media 1,8 metro de comprimento e habitava a região durante o período Cretáceo Superior, há cerca de 90 milhões de anos. Diferentemente dos jacarés e crocodilos atuais que sempre estão próximos aos rios e lagos, o Campinasuchus dinizi vivia essencialmente em terra firme.

Ascom Campina Verde com Jornal Estado de Minas