Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose visa ampliar conscientização da população sobre a doença

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De acordo com a Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunização da SES-MG são desenvolvidas ações de maneira permanente em parceria com os municípios

Na Semana Nacional de Controle e Combate à Leishmaniose, que ocorre de 10 a 17 de agosto, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), reforça a toda a população a importância do diagnóstico e tratamento precoces da doença, disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em todo o Estado.

Existem vários tipos de leishmaniose, mas as apresentações clínicas mais comuns são a leishmaniose visceral (LV), que ataca os órgãos internos, principalmente o baço e o fígado, e a leishmaniose tegumentar americana (LTA), que ataca a pele e as mucosas.

A leishmaniose visceral é uma doença crônica e não contagiosa, com alta morbidade e significativa letalidade quando não tratada. Os principais sintomas são febre irregular de longa duração (mais de sete dias), falta de apetite, emagrecimento, fraqueza, aumento do abdômen, anemia e sangramentos na fase mais avançada da doença.

As crianças, idosos e pessoas imunodeprimidas são as que têm maior risco. A leishmaniose visceral é grave, mas tem tratamento para os humanos. Quando não tratada, essa doença tem uma taxa de mortalidade de mais de 90% dos pacientes.

Já a leishmaniose tegumentar americana acomete a pele e mucosas e pode apresentar diferentes manifestações clínicas. As lesões cutâneas podem ser únicas, múltiplas, disseminadas ou difusas; e a forma mucosa caracteriza-se pela presença de lesões destrutivas localizadas, em geral, nas vias aéreas superiores.

Apesar do baixo risco de óbito, a LTA causa muitos problemas, tanto com relação à questão clínica, quanto a fatores psicológicos, devido às lesões e deformidades que podem causar.

Tratamento

De forma geral, o tratamento de pessoas acometidas por leishmaniose visceral ocorre em ambiente hospitalar, porque esses pacientes ficam mais debilitados. A medicação é usada em um tempo específico e o paciente pode ter uma recuperação inicial rápida, mas a recuperação completa chega a demorar até seis meses. Por isso, a pessoa deve ser acompanhada ambulatorialmente até a recuperação final.

Já no tratamento da leishmaniose tegumentar a maior parte dos pacientes recebe o medicamento nas Unidades Básicas de Saúde e permanecem nas próprias casas enquanto se recuperam.

Transmissão

Causadas pelo parasita do gênero Leishmania, as leishmanioses são transmitidas aos humanos pela picada da fêmea do flebótomo, um inseto muito pequeno (de dois a três milímetros), de cor clara, quase transparente. Por isso, em algumas regiões, ele é conhecido popularmente como mosquito-palha.

A transmissão acontece quando fêmeas infectadas picam cães ou outros animais infectados, e depois picam o homem, transmitindo o protozoário. Por isso, caso o animal apresente sintomas de leishmaniose, o tutor deve procurar imediatamente o serviço de Zoonoses ou a Secretaria Municipal de Saúde e solicitar a realização de exame para diagnóstico da doença.

Prevenção

Não há vacina contra as leishmanioses humanas. As medidas mais utilizadas para a prevenção da doença se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, proteção individual, diagnóstico precoce e tratamento dos doentes, manejo ambiental e educação em saúde.

As principais orientações são o uso de repelentes, evitar ambientes em que esses vetores possam ter atividade, a utilização de mosquiteiros de tela fina e, dentro do possível, a colocação de telas de proteção nas janelas.

Outras medidas importantes são manter sempre limpas as áreas próximas às residências e os abrigos de animais domésticos; fazer podas periódicas nas árvores para que não se criem os ambientes sombreados; além de não acumular lixo orgânico, objetivando evitar a presença de mamíferos próximos às residências, como marsupiais e roedores, que são prováveis fontes de infecção.

Panorama no Estado

As leishmanioses humanas dos tipos visceral e tegumentar acontecem ao longo de todo o ano no Estado de Minas Gerais. Em 2024, foram notificados, até 7 de agosto, 59 casos confirmados de leishmaniose visceral (LV), sendo que nove evoluíram para óbito, e 490 de leishmaniose tegumentar americana (LTA), tendo sido constatado um óbito. Em 2023, foram confirmados 188 casos de LV, sendo 24 óbitos, e 993 de LTA, tendo ocorrido um óbito.

De acordo com a diretora de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Imunização da SES-MG, Marcela Lencine Ferraz, são desenvolvidas ações de maneira permanente, em parceria com os municípios, voltadas para todos os elos do ciclo de transmissão da doença.

Mais informações na SES-MG (aqui).

Assessora técnica de Saúde da AMM, Juliana Marinho, WhatsApp (31) 2125-2400.