Os desafios que aguardam os prefeitos eleitos foi tema de editorial do jornal Estado de Minas, desta segunda-feira, 3 de outubro. O texto traz uma síntese da situação, em nível regional e nacional, e menciona entrevista feita com o presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM), Paulo Ziulkoski. Logo no início, editorial afirma que não poderão se dar ao luxo de comemorar por tempo demais a vitória nas urnas, pois terão pela frente desafios tão numerosos e urgentes que os três meses até a posse, em janeiro, não devem ser desperdiçados.
O primeiro turno das eleições municipais deste ano, ocorreu neste domingo, 2 de outubro. “Para gestores reeleitos, administrar cidades com graves problemas financeiros volta a ser a principal tarefa a partir de hoje. Por sua vez, candidatos que assumirão os cargos apenas em janeiro devem, ou deveriam iniciar negociações de imediato e acelerar planos para implementar, rapidamente, medidas necessárias ao funcionamento dos Municípios”, sinaliza o jornal mineiro.
Dentre esses enormes desafios listados pelo texto está a recessão que derrubou a arrecadação e afetou repasses do Fundo de Participação dos Municípios (FPM). “Não há perspectiva de melhora nas receitas em curto prazo, o que exigirá responsabilidade e criatividade dos novos administradores municipais para garantir a prestação de serviços essenciais à população”.
Cenário
Em entrevista ao jornal, Ziulkoski ressaltou que “é o cenário mais sombrio possível, um cenário de caos”. Uma das medidas que podem impactar ainda mais as administrações municipais, segundo lembrou o presidente da CNM, é a possível aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que cria um teto para os gastos da União. O governo federal tem intensificado os debates no Congresso para acelerar a tramitação da PEC e a expectativa é de que o texto seja levado ao plenário da Câmara ainda em outubro.
“Imagina o que tem de demanda reprimida na saúde e na educação. Esse teto tornará a administração municipal totalmente inviável”, avalia o presidente da CNM. Para ele, a falta de diálogo com o Palácio do Planalto é outro agravante. “A relação com o governo federal não existe mais. Não existe qualquer diálogo”, disse. Por conta dessas e de outras dificuldades,mais de 1,2 mil prefeitos desistiram de tentar a reeleição este ano, aponta levantamento da CNM.
Portal CNM