Araporã e Itumbiara oficializam tombamento da Ponte Affonso Penna

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Ação conjunta entre as prefeituras de Araporã e Itumbiara, foi realizada na noite de quarta-feira, 25 de junho, a solenidade de entrega do tombamento da Ponte Affonso Penna como patrimônio histórico nacional. A solenidade foi contou com as presenças dos prefeitos de Araporã e Itumbiara, Ronaldo Sandre e Chico Balla, respectivamente, Salma Saddi (superintendente do IPHAN em Goiás), Beatriz Santana (coordenadora técnica do IPHAN), Zilmar Alcântara (prefeito de Inaciolândia), Zé Gomes (ex-prefeito de Itumbiara), Valdir Inácio (ex-prefeito de Araporã), além de secretários, vereadores e autoridades políticas, militares e judiciárias, representantes de entidades de classe dos dois municípios.

Tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) em novembro de 2011, a Ponte Affonso Penna foi inaugurada em 1909, constituindo-se num marco para integração de Goiás à vida econômica do País, no eixo Minas-São Paulo. A ponte teve papel fundamental no projeto de interiorização do Brasil e da construção de Brasília. Cerca de 80% do material necessário à construção da nova capital federal, na década de 60, passaram pela ponte.

Foto: Ascom Araporã
Foto: Ascom Araporã

Para Salma Saddi, “um povo sem memória, sem histórias, não tem caminho para percorrer”. A superintendente do IPHAN destacou e elogiou a iniciativa dos prefeitos das cidades de Araporã e Itumbiara em reivindicar o tombamento da ponte. “A partir de agora, a Ponte Pênsil Affonso Penna passa a ser, oficialmente, patrimônio histórico nacional. Os campos verdejantes que circundam a Ponte Affonso Penna ficam ainda mais belos com sua existência. Sua importância econômica pode não ser a mesma, pois os tempos mudaram, mas seu significado histórico há de permanecer pelos séculos”, disse ela.

Conforme Chico Balla, prefeito de Itumbiara, além do incremento no ICMS Cultural, o tombamento da ponte coloca Itumbiara e Araporã no mapa do patrimônio histórico e cultural do Brasil. “Esse é o maior valor que poder ter de um título dessa natureza”, assinalou o prefeito.

Zé Gomes, ex-prefeito de Itumbiara, destacou o trabalho realizado junto ao IPHAN para que a Ponte Affonso Penna fosse tombada como patrimônio histórico nacional e assim, levar o nome da região para o Brasil e para o mundo.

O prefeito de Araporã, Ronaldo Sandre, a conservação e preservação da Ponte Affonso Penna como patrimônio histórico e cultural passa a ser uma responsabilidade e um dever com a história da região e do país. “A história nos conta a luta para construir essa ponte e ela trouxe um desenvolvimento muito grande para a região, para o Centro-Oeste e para o Brasil, uma vez que foi por ela que passou a construção de Brasília. Com o tombamento, a ponte Affonso Penna passa a ter importância também na nossa arrecadação, através do ICMS Cultural. Teremos em média R$ 120 mil/ano, através do ICMS Cultural. Esse recurso poderá ser revertido na conservação e preservação deste monumento e na cultura. É nosso dever conservar e preservar essa ponte que o nosso cartão postal”, garantiu o prefeito de Araporã.

A superintendente do IPHAN entregou um kit com documentos para os prefeitos Ronaldo Sandre e Chico Balla; ex-prefeitos Valdir Inácio e Zé Gomes; diretor do Fórum de Itumbiara e representante do Poder Judiciário, juiz Roberto Neiva; subsecretária regional da Educação, Noêmia Vieira, dentre outros.

A solenidade foi encerrada com show pirotécnico comandado pelos prefeitos Chico Balla e Ronaldo Sandre, iluminando a Ponte Affonso Penna.

Foto: Ascom Araporã
Foto: Ascom Araporã

Ponte

Com 158 metros de cumprimento, a ponte tem estrutura de ferro. É fixa em dois pontos e sustentada por cabos de aço. Foi produzida na Alemanha e levada de ferro até Uberaba. O restante do trajeto foi feito por carros de boi até a antiga Santa Rita do Paranaíba [hoje Itumbiara], onde foi montada. Em 2005, a ponte ganhou iluminação especial, se tornando uma das imagens mais fotografadas da região. É na atualidade a mais antiga ponte pênsil em funcionamento do país.

Produzida na Alemanha, na primeira década do século XX, a ponte Affonso Penna desembarcou no Rio de Janeiro, de onde seguiu para São Paulo. De lá, foi para Jundiaí (SP) pela ferrovia São Paulo Railway.

Depois, pela estrada de ferro Mogiana, que cortava Minas Gerais, as peças foram conduzidas até Uberabinha, hoje Uberlândia (MG). A partir desse ponto, elas seguiram em carros-de-bois até o vilarejo de Santa Rita do Paranaíba, onde foi montada.

Anos mais tarde, a velha ponte já não suportava mais a demanda de veículos. Em função da construção da usina hidrelétrica de Furnas no Rio Paranaíba, uma nova ponte, maior e feita em concreto, nomeada Ciro de Almeida, foi contruída para ser o novo elo entre Minas Gerais e Goiás. A ponte Affonso Penna ficaria então desativada.

Porém, em 1974, a usina precisava reativar a ponte em desuso para ligar a vila dos engenheiros, localizada do lado de Itumbiara, à vila operária, construída em Araporã. Por isso, a Affonso Penna teve que ser deslocada 2,5 quilômetros rio abaixo.

Para isso, toda a estrutura de ferro e de aço foi cuidadosamente desmontada, reformada e transportada rio abaixo por barcaças até o local onde seria novamente montada. Os novos pilares, os diques e os blocos da ancoragem foram todos executados em concreto armado.

Ascom Araporã