Capinópolis prepara a criação de Plano Diretor

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Em reunião ocorrida na tarde de segunda-feira, dia 25, o prefeito Cleidimar Zanotto, o vice-prefeito Jaisson, secretários municipais e assessores discutiram com os professores da UFU, Antonio de Oliveira Júnior e Hélio Carlos Júnior detalhes para fechamento de contrato e, posteriormente, a realização do Plano Diretor do município.

Professor da UFU fala sobre o início da atuação, visando elaborar o Plano Diretor de Capinópolis

Capinópolis – MG.

Os professores Antonio de Oliveira Júnior e Hélio Carlos Oliveira se reuniram nesta semana com o prefeito Cleidimar Zanotto e assessores, visando discutir a elaboração do Plano Diretor da cidade. Logo após a reunião ele falou a nossa reportagem.

“Essa reunião que fizemos hoje aqui entre a UFU e a Prefeitura foi para iniciarmos os trabalhos de elaboração do Plano Diretor da cidade de Capinópolis”.

Pergunta: Qual é a previsão de vocês de realização do trabalho? O que ficou definido nesse primeiro encontro?

Antonio: A princípio a gente vai apresentar o orçamento para a prefeitura e a previsão de elaboração de todos os estudos é de seis meses.

Pergunta: Vão ser utilizados alunos para confecção de estudos com referência ao município?

Antonio: A equipe é formada por professores da Universidade, aqui do campus de Ituiutaba e de alunos da universidade que moram em Capinópolis.

Pergunta: Na linguagem mais clara possível, o que é o Plano Diretor, já que muitas pessoas às vezes não sabem do que se trata?

Antonio: É como se fosse a constituição de uma cidade. O Plano Diretor vai contribuir para se pensar as ações que o poder público municipal vai fazer para tornar a cidade melhor. A importância dele no seu processo de elaboração se dá justamente porque a participação da população é fundamental. A gente ouve a população e a partir do que a população demanda é que são constituídas as diretrizes, as propostas do Plano Diretor, que depois é entregue à Prefeitura e a prefeitura encaminha à Câmara, que é responsável pela sua aprovação.

Pergunta: Como a população vai ser ouvida?

Antonio: A partir de questionários, que vão ser aplicados pelas audiências públicas. Hoje a população tem direito a voz e vários canais podem ser criados para a população participar de uma forma geral.

Pergunta: Vocês já realizaram através da UFU um trabalho aqui em Capinópolis para a ADESCAP?

Antonio: Sim. Eu, particularmente fui o coordenador do diagnóstico sócio-econômico do Projeto de Empoderamento Popular, que está numa fase final com apoio do Ministério Público.

Pergunta: Quer dizer então que o senhor já conhece um pouco a realidade de Capinópolis?

Antonio: Já conheço bem a realidade sócio-econômica de Capinópolis, das condições da população, porque foi um diagnóstico na época muito minucioso, porque não fizemos uma amostra e sim optamos por tentar entrevistar todas as casas da cidade, e num universo de 3 a 4 mil casas, nós conseguimos entrevistar 2.000 casas, que foi muito mais do que qualquer amostra que se possa ter para um levantamento sócio-econômico.

Pergunta: Nós falamos em participação do povo e é sabido que as pessoas daqui não são muito de participar de audiências e reuniões. Teve uma audiência pública para decidir o trânsito e foram lá 10 pessoas. Como vocês vão administrar essa parte, já que pelo que estamos percebendo, com certeza vocês vão chegar a um acordo financeiro com o município?

Antonio: Eu acredito que a população precisa participar, porque ela precisa pensar que a cidade é dela. É igual na nossa casa. Se eu for fazer uma reforma na minha casa, eu tenho que conversar, eu tenho que botar a minha opinião na mesa, então assim, pensar na cidade como se fosse a nossa casa. Se ela é nossa casa eu tenho o direito de opinar sobre ela, e dever também, no sentido de que eu não posso pensar só em mim, eu tenho que pensar na família, pensar nas pessoas de uma forma geral para que a gente consiga viver numa cidade melhor, ter oportunidade melhor de emprego, que seja uma melhor qualidade de vida, uma cidade mais confortável, com lazer, e isso tudo o Plano Diretor contribui para que à partir das diretrizes que são fundamentadas pela população e organizadas na legislação, a prefeitura consiga pensar políticas para a cidade de uma forma a atender à demanda e os anseios da população.

Pergunta: Nós sabemos que o prefeito está agindo, mas há também uma cobrança da Promotoria. Como o senhor vê essa atuação da promotoria junto ao Poder Executivo, e ao próprio prefeito também, de atender a esse anseio importante, a essa necessidade para o desenvolvimento de Capinópolis?

Antonio: O Ministério Público hoje, pelo que venho percebendo, não só aqui em Capinópolis, mas ali em Ituiutaba, ele está tendo uma ação muito veemente, na tentativa de corrigir alguns erros das administrações públicas, não vou falar nem no prefeito, vou falar na instituição prefeitura. É um papel significativo, é um papel importante, mas a consciência, por exemplo, que a prefeitura tem da necessidade do Plano Diretor também é fundamental. Olhar a necessidade do Plano Diretor como um instrumento de organização, um instrumento de gestão pública é pensar numa cidade melhor, não hoje, mas futuramente. O Plano Diretor não é uma coisa só para hoje, mas para os próximos anos.

Pergunta: Mais uma vez a UFU está se tornando uma parceira do desenvolvimento regional?

Antonio: A Universidade de uma forma geral – e aqui vou falar da UFU -, tem um papel significativo no desenvolvimento das regiões, dos lugares, dos municípios de uma forma geral. Infelizmente, ainda, as administrações públicas, de uma forma geral, elas reconhecem muito pouco o que a universidade pode oferecer, não aproveitam, e a gente tem uma gama de, primeiro que a gente tem profissionais altamente capacitados, a gente capacita mão de obra qualificada, e as administrações públicas precisam entender e reconhecer que a universidade é uma parceira no desenvolvimento delas. Ela pode contribuir e muito com o desenvolvimento econômico dos municípios. A UFU, hoje, os seus professores participam de vários conselhos, por exemplo, em Ituiutaba. Conselho Municipal de Meio Ambiente, de Saneamento, de Educação, do Movimento sustentável, sempre tem professores da Universidade e isso é um papel muito significativo. A universidade precisa ser chamada mais para contribuir, porque às vezes está lá e precisa ser convocada pela sociedade civil ou pelas administrações públicas para contribuir com isso, pelo conhecimento que é produzido dentro dela.

ASCOM Capinópolis