Uberlândia finaliza primeira pesquisa de Índice de Infestação do Aedes de 2019

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LIRAa apontou predominância de 95% de criadouros nos quintais das residências, o que reforça a importância da conscientização da comunidade na eliminação do mosquito

A Prefeitura de Uberlândia, por meio do Centro de Controle de Zoonose (CCZ), finalizou o primeiro Levantamento de Índice  Rápido do Aedes aegypti (LIRAa) de 2019.  O levantamento mostrou que 5,2% das casas pesquisadas têm focos de reprodução do Aedes Aegypti – transmissor da dengue, zíka vírus, chikungunya e febre amarela. Embora o indicador seja inferior ao verificado no início do ano passado (6%), a situação reafirma o alerta vermelho para o risco de epidemia de doenças (dengue, zika, febre amarela e chikungunya). Uma situação que reforça a necessidade da população em realizar o descarte correto de lixo e em não manter objetos acumulando água em casa e no trabalho.

Os agentes percorreram todos os bairros da cidade. Dos 12.582 imóveis vistoriados, 76% dos criadouros foram encontrados nas residências. Deste percentual, 95% tinham focos nos quintais, com maior predominância para pneus (8,7%), vasilhas plásticas (8,6%), latas (7,5%), baldes (6,5%) e ralos (6,3%). Segundo o coordenador do Programa de Controle da Dengue, José Humberto Arruda, são números que reforçam mais uma vez a necessidade da comunidade se conscientizar e ajudar no combate ao mosquito.

“A pesquisa apontou uma grande quantidade de pneus em poder da comunidade que não são dispensados para a coleta de forma adequada. Realizamos um trabalho sistemático de coleta em borracharias e também estamos à disposição da comunidade para fazer a coleta nas residências. Os outros depósitos predominantes estão distribuídos de forma homogênea por todo o município, evidenciando que a população precisa ser parceira e contribuir para eliminar os criadouros”, enfatizou o coordenador.

Ações estratégicas

As altas temperaturas e as chuvas intensas de fim de tarde, características do verão, proporcionam o ambiente perfeito para a proliferação do mosquito. Do início do ano até o dia 11 de fevereiro deste ano, Uberlândia registrou quase dois mil casos de notificações de dengue, com uma maior concentração na região oeste, especialmente nos bairros Guarani, Tocantins, Luizote de Freitas, Taiamam e Jardim Patrícia.

“No ano passado, realizamos intervenções nestes bairros, principalmente no Guarani, com um mutirão dos agentes no feriado em novembro e também nos finais de semana para retirar criadouros das casas que não conseguimos entrar durante a semana. Agora, para intensificar o trabalho, iniciamos o fumacê que vai abranger agora estes cinco bairros com mais casos notificados de Dengue”, afirmou Arruda.

A aplicação do adulticida com equipamento acoplado em veículo – conhecido como fumacê – tem o objetivo de combater o mosquito Aedes Aegypti já em fase adulta. A ação está sendo realizada, diariamente, das 4h às 10h e das 16h às 22h para maior eficácia (saiba mais aqui).

O Programa de Controle da Dengue conta com um conjunto de 14 ações praticadas rotineiramente. Com a predominância dos pneus, será intensificada a coleta nas residências. O coordenador reforça que o morador, caso tenha algum pneu em casa, pode solicitar o recolhimento pelo telefone (34) 3213-1470.  “Trata-se de um recipiente que, em qualquer posição que for colocado, acumula água. Temos equipe para fazer a retirada, assim como acontece diariamente nas mais de 500 borracharias que temos cadastradas”, contou.

Mobilização

Preocupado com o aumento das notificações, o prefeito Odelmo Leão lançou em janeiro a campanha de mobilização com toda a sociedade para eliminar os criadouros do mosquito e evitar que a cidade sofra uma epidemia, como a ocorrida em 2015 e 2016, quando mais de 33 mil notificações de dengue foram registradas em Uberlândia.

“Trabalhamos desde 2017 para garantir o controle do mosquito. Foram várias atividades de combate desenvolvidas pelos nossos profissionais. Só que essa luta é de todos nós, uma vez que grande dos criadouros do mosquito estão dentro de casa. Somente com a participação da comunidade é que podemos vencer essa batalha contra o mosquito”, disse o prefeito.

Não há registro de óbitos nos últimos dois anos, mas o médico da Vigilância Epidemiológica (Vigep), Marcelo Sinicio, aponta que existem outros tipos do vírus da dengue que podem agravar o quadro clínico daqueles que contraem a doença. “Ao que tudo indica, podemos ter uma epidemia de casos de dengue em 2019. A começar pelo clima dos últimos dias, que é favorável à procriação do mosquito, aumentando a probabilidade de infecção de muitas pessoas. Outro fator de alerta é que temos, no país, a circulação do vírus 2, um tipo que faz com que os sintomas do vírus 1, por exemplo, se manifestem com ainda mais severidade”, explicou.

Ajuda da comunidade

De acordo com José Humberto Arruda, coordenador do programa, a falsa sensação de segurança da comunidade pode ser um dos motivos que potencializam a proliferação do Aedes no momento. “A luta é de todos nós e não podemos esmorecer. Nos últimos anos, registramos queda no índice de infestação e das doenças confirmadas graças ao trabalho intenso de nossos agentes, sempre com o apoio da população. Temos percebido que as pessoas se acomodaram um pouco no combate ao mosquito e isso não pode acontecer. Então fica aqui o nosso apelo a todos: se não acabarmos de vez com o Aedes, ele pode acabar com nossas famílias”, alega o coordenador do Programa de Controle da Dengue, José Humberto Arruda.

ASCOM Uberlândia