Instituto Histórico e Cultural de Campina Verde Realiza II Seminário Regional de Cultura e Patrimônio

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Um dia inteiro destinado a cultura e ao patrimônio histórico, foi assim o II Seminário Regional de Cultura e Patrimônio de Campina Verde, que foi realizado neste último domingo 16, no Anfiteatro do Sindicato Rural pelo Instituto Histórico e Cultural de Campina Verde (IHCCV).

Estiveram participando da abertura oficial do II seminário, o Prefeito Fradique Gurita, a Secretária de Cultura Mariana Rezende, o Presidente Imérito do Instituto Alberto Manna, o Presidente do IHCCV José Rocha, o Vice Presidente Jairon Dias, o Presidente do Sindicato Rural Claudio Queiroz, os vereadores João Silva, Cortopassi Tostes e Nélio Inácio, além de representantes da sociedade civil e de outras cidades da região.

Durante a abertura do evento o prefeito Fradique salientou a importância cultural e paleontológica que Campina Verde representa para o Estado e também ao País. O prefeito reforçou ainda que está sendo estudado a doação de um prédio público, para a instalação do Instituto Histórico e Cultural, bem como a construção de um local no Distrito de Honorópolis para abrigar todos os fosseis já encontrados no município em especial na fazenda Três Antas de propriedade do senhor Amarildo Martins Queiroz, e que hoje encontram se no Complexo Cultural e Científico de Peirópolis na zona rural de Uberaba, sobre a responsabilidade da UFTM (Universidade Federal do Triângulo Mineiro).

Para o presidente do Instituto Histórico e Cultural de Campina Verde José Rocha o evento deste ano não só resgatou a cultura local, mais levou a conhecimento de todos ” em Campina Verde e região, a cultura está muito defasada, por que não tem muito incentivo, o objetivo do Instituto Histórico é justamente resgatar a cultura de Campina Verde e região, levar essa cultura a todos os lugares da região sendo através do artesanato, da música, da culinária e despertar principalmente nos jovens a importância que é a cultura na vida do jovem e da sociedade e chamo a atenção da comunidade campinaverdense para que tenha mais interesse em relação a cultura, que participe mais, tem muitas coisas que não chamam a atenção mais são de suma importância para conhecer a sua história a sua origem” salientou o presidente.

Depois das considerações das autoridades presentes no evento, foi vez da Orquestra Companheiros da Viola de Uberlândia, regida pelo músico e maestro Erick Viola apresentarem um verdadeiro show de viola. A Orquestra surgiu em 2016 com o propósito de realizar apresentações juntamente com os Companheiros da Viola em abrigos para idosos, creches e em institutos que resgatam a cultura tradicional de nossa região.

Hoje com 27 integrantes entre crianças e adultos, a orquestra realiza apresentações por toda região, resgatando canções que até hoje são lembradas pela população, sem esquecer do amor incondicional pela viola caipira. Nós conversamos com o maestro Erick Viola que contou um pouquinho da história da orquestra “começou com alguns amigos apaixonados por viola, a gente marcava encontros para tocar viola uma vez na semana, tocando música do Tião Carreiro e música raiz, e com isso fomos crescendo e formamos os Companheiros da Viola com o objetivo de realizar serviços sociais e levar a alegria as pessoas, daí surgiu a idéia de criar a orquestra entre nós mesmos, hoje já estamos com mais de três anos e contamos com 27 pessoas e juntamente com os meus alunos a orquestra só foi crescendo e virou essa maravilha que vocês viram hoje aqui” ressaltou o maestro.

Após a apresentação da orquestra de violeiros, foi vez da primeira mesa redonda do dia, que trouxe como tema a “Importância do Patrimônio Geológico da Região de Campina Verde”, a mesa redonda foi ministrada pelos Geólogos Liliane Quintão Araújo e Samuel Amaral Moura Silva e mediada pelo Biólogo e Secretário de Meio Ambiente Elias Manna Teixeira.

Para encerrar a primeira parte do evento, foi vez da apresentação do grupo de Seresta “Luz e Caridade” também da cidade de Uberlândia, o grupo foi criado em 1997 pelo então venerável da Loja Maçônica Luz e Caridade daquele ano, o maçom e historiador Antônio Pereira da Silva, que criou o grupo com a finalidade de congregar, através da música toda família maçônica, as demais lojas e a sociedade em geral.

De lá para cá, foram diversas apresentações do grupo em encontros regionais, homenagens a pessoas cíveis e militares, bem como apresentação em eventos da TV Integração, sociedade médica, oficinas culturais, Câmara Municipal, faculdades entre outros. O grupo de seresta empolgou a todos os presentes, com canções que atravessaram décadas.

Na segunda parte do evento aconteceu a segunda mesa redonda, que deu continuidade ao tema em estudo pelos Geólogos Liliane Quintão e Samuel Moura. Após a mesa redondo foi vez de mais uma apresentação cultural, que resgatou um pouquinho da cultura da capoeira presente em nosso cotidiano. A capoeira “Ginga Que Educa” de Campina Verde mestrada pelo professor de capoeira Fernando Tigre, deu um verdadeiro show, com apresentações que empolgaram a todos os presentes, com uma mistura de arte marcial, esporte, cultura popular, dança, música e principalmente superação, as deficiências de várias pessoas portadoras de necessidades especiais.

Após a apresentação da capoeira “Ginga Que Educa” foi vez da palestra com o Professor em Paleontologia e Coordenador do Centro de Pesquisas Paleontológicas de Peirópolis Thiago da Silva Marinho, que abordou os estudos realizados em Campina Verde em especial a fazenda Três Antas, localizada a 12 km do Distrito de Honorópolis, onde foi encontrado duas espécies de crocodilos, o Campinasuchus Dinizi e recentemente o Caipirasuchus Mineirus que foi encontrado esse ano por uma equipe da UFTM em mais uma etapa de escavações na fazenda.

Nós conversamos com o professor que falou mais sobre a importância dos estudos, e quanto esse trabalho soma para o enriquecimento cultural do município “a gente fica interessado que as pessoas fiquem curiosas com isso, e comecem a procurar mais, por que é dessa foram que conseguimos acessar o sítio e como consequência novos materiais para poder levar a ciência e divulgar a nossa região, um detalhe que chama a atenção é que esses animais eram terrestres, no período cretáceo era mais seco e quente do que é hoje, era um ambiente um pouco diferente, isso mostra o contraste desses ambientes modernos do ambiente que a gente encontrou esses fosseis” afirmou o professor.

Para descontrair um pouco o público foi vez de mais uma apresentação cultural, desta vez o grupo de catira “Amazonas de Prata”, que apresentaram a tradicional dança de catira, que normalmente é conduzida por homens, mais quebrando paradigmas, às mulheres de Prata também conquistaram esse espaço e fazem da dança um momento de alegria e muita descontração. O grupo foi criado pela senhora Maria Shirley em 2014, e é constituído exclusivamente por mulheres, com exceção do violeiro, hoje o grupo é dirigido pela sua filha Ruslaine Vieira e sua neta Rafaella que é uma das catireiras.

Desde a sua criação o grupo tem como objetivo o resgate da cultura cujo pai, avô e bisavô, incentivava há vários anos na cidade de Prata. As Amazonas de Prata já se apresentaram em várias cidades do estado, inclusive chegaram a ganhar prêmio na festa de Peão de Barretos, que é considerada a maior festa do peão do país.

Para fechar o ciclo de palestra foi vez do Dr. Pedro Martins de Oliveira, autor do Projeto Baru e ganhador do prêmio internacional Chico Mendes de Meio Ambiente e Coordenador em Minas Gerais da empresa PBrasil Nacional, falar sobre o aproveitamento do Baru para a alimentação, bem como a sua importância no contexto social, econômico e ecológico para a sociedade.

Após as palestras foi vez dos pratas da casa também realizarem suas apresentações culturais, a dupla Diego Alves e Rafael apresentaram um pouquinho da viola caipira, também foi vez dos Irmãos Damasceno interpretarem os clássicos da musica caipira.

Para finalizar o dia especial de cultura, a Câmara Municipal realizou uma sessão solene, na qual outorgou o Título de Cidadão Campinaverdense ao Secretário de Cultura do Estado Senhor Ângelo Oswaldo de Araújo Santos, de autoria do vereador João Batista Barbosa (Batista).

Nós conversamos com o secretário que disse estar muito feliz por receber um título tão importante como este “eu fiquei muito honrado e emocionado por ser na véspera da cidade completar 80 anos a Câmara Municipal realizar uma celebração dessa data magna, e me outorgar o título de cidadão honorário que eu recebo com muita alegria, uma iniciativa do vereador João Batista de Honorópolis onde eu estive já a algum tempo, visitei Honorópolis com ele e fui até a fazenda Três Antas para conhecer um verdadeiro sítio paleontológico que indica que toda essa nossa região é muito rica em pré história e tem um potencial enorme a explorar no campo da ciência, da cultura e do turismo” garantiu o Secretário.

Também partiu do vereador Batista o projeto de lei que concedeu a Condecoração da Ordem Municipal do Mérito, a medalha “João Batista Siqueira” no grau de comendador ao Advogado e produtor rural Alberto Leonel de Paula Manna, em reconhecimento aos relevantes serviços prestados ao município.

Também receberam a medalha “João Batista Siqueira” em decorrência dos diversos trabalhos prestados ao município, o senhor Agair Nunes de Assis, que por problemas de saúde não pode estar no evento e na ocasião foi representado pelo filho e Vereador Lucimar Nunes, o decreto legislativo é de autoria do então Vereador daquela época e atual Prefeito Municipal Fradique Gurita da Silva.

A última homenagem da noite foi decorrente do decreto legislativo de autoria do Vereador Nélio Inácio, que ganhou aprovação de todos os vereadores e concedeu ao intérprete, compositor, professor e pesquisador Roberto Corrêa que é filho de Campina Verde e que sempre levou o nome de nossa cidade por todos os lugares que já passou, inclusive no exterior.

Nós conversamos com o homenageado da noite que retratou a importância de receber uma comenda como está “muito importante pra mim também, por que é minha terra natal, eu sai de Campina Verde com 18 anos mais sempre voltei aqui, meus pais ficaram aqui na cidade, em fim, eu fui estudar fora, fui para Belo Horizonte depois Brasília mais sempre com laços aqui e raízes aqui na minha cidade, e como eu disse em minha canção Campina Verde que não volta mais, aquela cidade do passado fica na minha lembrança mais eu sempre trago esse contato com a cidade, apesar do meu pai ter falecido fui perdendo os contatos da família, porém uma homenagem como esta, e receber uma comenda reforça e estreita e faz com que eu continue ligado cada vez mais a minha cidade” finalizou Roberto Corrêa.

Para encerrar o evento o violeiro homenageado Roberto Corrêa fez uma pequena apresentação de alguns de seus trabalhos, inclusive a música que homenageia Campina Verde.

ASCOM Campina Verde